Segundo parte da grande mídia brasileira, São Paulo teve uma redução no número de assassinatos. Em 2010, o Estado contabilizou “apenas” 4.543 homicídios dolosos (aquele no qual o sujeito tem a intenção de matar). Parte da imprensa do sudeste deu a notícia como positiva, por mais absurdo que isso possa parecer. Os grandes jornais destacaram a queda de 14% entre 2009 — ano em que o Estado teve 4.785 assassinatos! — e 2010. A queda porém não foi suficiente para retirar São Paulo da categoria de zona epidêmica de homicídios segundo os padrões da Organização Mundial de Saúde. Isso mesmo, zona epidêmica de homicídios. Só para fazer uma comparação: em 2010, no Afeganistão, segundo a CNN, morreram 710 militares das forças da Otan. Já do lado dos insurgentes, segundo a agência de notícias Reuters, morreram 5.225 em 2009. A única diferença: lá eles estão em guerra! No Iraque, segundo o site IRAQ BODY COUNT, 4.036 civis morreram vítimas da violência em 2010. Simples assim: morre mais civil em São Paulo do que no Iraque. Em 2009, São Paulo também superou o Iraque, que conforme o site teve 4.680 mortes de civis. No mesmo ano, em São Paulo — nunca é demais lembrar —, 4.785 pessoas foram assassinadas.
Só sendo muito otário para acreditar nessa ladainha de queda no número de assassinatos em São Paulo. O atual e os anteriores governos tucanos precisam na verdade é explicar como é que depois de dezesseis anos no poder o Estado de São Paulo continua classificado pela OMS como uma zona de epidêmica de homicídios e tem números similares aos de países que estão em guerra ou ocupados.
Para se ter uma idéia do tamanho da incompetência no combate à violência em São Paulo, basta olhar o exemplo argentino. Muito se fala sobre a crise econômica que afeta a Argentina, porém, Buenos Aires foi considerada em 2008 a segunda cidade mais segura do continente, atrás apenas de Toronto, no Canadá. Ou seja, nem mesmo o fato de São Paulo ser uma região em desenvolvimento pode ser utilizado como desculpa para os assustadores índices de violência no Estado. A Argentina é um país com problemas econômicos iguais ou até mesmo piores que os de São Paulo e mesmo assim o governo lá foi capaz de reduzir o número de homicídios dolosos. Isso apenas serve para indicar a enorme e vergonhosa incompetência dos últimos governos que comandaram e seguem comandando o Estado de São Paulo.
Aqui em Londres, quando um onda de violência provocou a morte de 29 adolescentes em 2008 o país parou e o primeiro-ministro se viu obrigado a adotar medidas mais duras para solucionar o problema. Basta uma simples comparação entre os 29 adolescentes mortos em Londres, em 2008, com os inaceitáveis 4.426 homicídios dolosos ocorridos no Estado de São Paulo no mesmo período — número que aliás foi comemorado pelo governo tucano.
Só sendo muito otário para cair nessa conversa mole de “queda no número de homicídios em São Paulo”....