Thursday, 16 February 2012

O saldão de embaixadas


Segundo a edição de hoje do jornal britânico Financial Times, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, deverá anunciar em breve um plano para vender inúmeras embaixadas pelo mundo afora. A idéia é usar a medida para economizar parte do dinheiro arrecadado e investir o resto no aumento da presença britânica em países emergentes como Brasil e China.

O diário indica que serão vendidas propriedades que junto possibilitar a arrecadação de cerca de 240 milhões de libras, aproximadamente R$ 650 milhões. Embaixadas em Florença e Veneza, fechadas no final do ano passado, perderam sua importância internacional conforme afirmou o ministro britânico.

O plano do governo de coalização comandado pelo conservador David Cameron pretende economizar cerca de 100 milhões de libras com a medida e utilizar o resto do dinheiro para aumentar sua presença em outros países.

Paradoxalmente, enquanto se enroscam com a Argentina na questão das Malvinas — aliás, a presidente Cristina Kirchner é apoiada pelo do governo brasileiro e pelos outos membros do Mercosul na questão —, os britânicos pensam em criar novas embaixadas na América do Sul, principalmente em cidades tupiniquins.

Friday, 10 February 2012

A guerra dos dinheiros

Em mais um capítulo da guerra cambial, o Banco da Inglaterra, segundo o jornal britânico Financial Times, decidiu injetar 50 bilhões de libras na economia do país pelos próximos três meses. No total, esse novo aporte eleva para 325 bilhões de libras a montanha de dinheiro que o Banco da Inglaterra despejou no país para combater a crise econômica iniciada em 2008. O Banco britânico afirma que a medida visa turbinar a economia e ajudar a indústria a voltar a crescer. Na verdade, a medida mostra que o governo do Reino Unido deu de ombros para o problema da volta da inflação, a qual já está acima da meta, para se preocupar em evitar uma segunda recessão. Para os britânicos, o medo de uma economia congelada é maior que o do calor das chamas do dragão da inflação.
 

A recuperação da economia do Reino Unido, para muitos analistas, está perdendo força. Em 2011, o país cresceu 0.9% depois de ter encolhido 0.2% em 2010. Muita gente do mercado financeiro está prevendo um crescimento de 0.4% para 2012, porém, os mais pessimistas acreditam que a economia britânica poderá encolher até 1%.
 

Em 2010, o megainvestidor George Soros disse que guerra cambial poderia levar a economia mundial ao colapso. Segundo ele, os países afetados pela crise estavam inundando suas economias com dinheiro novo no intuito de favorecer suas exportações. Soros chegou a dizer que estava preocupado com o desalinhamento das moedas e que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não estava errado ao falar de guerra cambial.
 

Enquanto os países afetados pela crise usavam o “quatitative easing” (injeção de dinheiro no mercado). A China, uma ditadura comunista, mantinha sua moeda, o yuan, desvalorizada de maneira completamente artificial, o que também ajuda a deixar os produtos chineses mais baratos e dá um enorme impulso à indústria daquele país. Os comunistas atrelaram sua moeda ao dólar, o que siginifica o seguinte: quando a moeda norte-americana vai pro ralo e se desvaloriza em relação a outras moedas a chinesa vai junto. Essa política tem sido alvo de inúmeras críticas, principalmente do governo de Barack Obama, e ajudado a destruir a indústria de países como o Brasil, que sofre o diabo com os baratíssimos preços chineses.
 

Enquanto isso, os EUA seguem insistindo que a política chinesa é uma manipulação pura e simples da moeda. Enquanto isso, o pessoal de Obama imprimiu uma montanha de dinheiro para colocá-lo na economia numa tentativa de reaquecer o comércio e a indústria nacional.
Essa prática é conhecida como “quantitative easing” (QE). Ela ocorre quando um país não consegue mais reduzir a taxa de básica de juros, em razão da mesma já estar próxima de zero, e passa a imprimir dinheiro para tentar reaquecer a economia. Portanto, em países com juros próximos de zero, ou seja, quando não dá para baixar a taxa, o Banco Central pode utilizar o expediente de colocar mais dinheiro na praça. Na verdade, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) está imprimiu dinheiro para comprar títulos públicos que estavam na mão do setor privado. Basicamente, isso significa financiar o déficit público com uma emissão cavalar de moeda. Jogar dinheiro na praça para financiar gastos.
 

Um dos resultados desse aumento estratosférico de liquidez é levar os “donos” desse novo dinheiro a buscar investimentos mais rentáveis. Como nos EUA, na Europa e no Japão as oportunidades de boa rentabilidade são praticamente nulas em função da recessão, essa dinheirama gringa acaba sendo aplicada em países emergentes como o Brasil. Isso, por sua vez, ajuda a elevar o valor do real, o que prejudica a indústria e as importação, já que tudo que é vendido em moeda nacional fica mais caro.
 

De certa forma, todo país manipula sua moeda. A disputa entre EUA e China — a tal guerra cambial —, onde as duas maiores economias do planeta China e EUA decidem adotar medidas fortes para manter suas moedas baratas, com os comunistas chineses desvalorizando o yuan para turbinar as exportações e os capitalistas norte-americanos imprimindo dólares para tentar sair da crise econômica que começou em 2008, com a quebra do Lehman Brothers, estão afetando praticamente toda a economia mundial.
Difícil é saber como essa crise será superada. Certo é acreditar que ele ainda vai continuar afetando profundamente a indústria brasileira.

Brazil to Host World's Largest Biogas Plant, Pioneering Sustainable Energy

The Louis Dreyfus Company (LDC) marks construction commencement of the world's largest biogas plant from citrus effluents, which is loc...