Friday, 22 June 2012

Rio +20



O jornal Financial Times publicou hoje uma reportagem esculhambando a cidade do Rio de Janeiro. Segundo o diário britânico, a conferência sobre o clima foi marcada por inúmeros problemas de infraestrutura. Os dois piores: o caótico trânsito carioca e a roubalheira dos preços dos hotéis.

Como exemplo dos vários problemas, o Financial Times citou o fato de Lisa Jackson, uma das mais importantes representantes norte-americanas na cúpula, simplesmente não ter conseguido chegar em tempo para fazer seu discurso em Copacabana. Ela ficou presa no trânsito. O discuso de Jackson acabou sendo lido por um outro membro da comitiva para as pessoas que estavam presentes no local, entre elas, o prefeito do Rio Eduardo Paes. 

O jornal também cita os preços altíssimos cobrados pelos hotéis cariocas. Segundo o Financial Times, as diárias que estavam em torno de US$ 600 dólares, só tiveram seus preços reduzidos depois que o governo brasileiro decidiu intervir.

Um texto desse tipo prejudica sem dúvida alguma o turismo no Rio de Janeiro. Porém, com tantos problemas, quem mais perdeu mesmo foi o meio ambiente do planeta, que teve seu encontro mais importante simplesmente esvaziado em função principalmente dos altos custos para manter uma comitiva no Rio.

O diário britânico também ironizou os membros do governo brasileiro ao afirmar que estes insistiam em dizer que “tudo estava perfeito”. Obviamente, de acordo com o Financial Times, a Cidade Maravilhosa esteve longe da perfeição durante a Rio +20.

No final das contas, tais problemas acabam servindo para o Financial Times colocar em dúvida, mais uma vez, a capacidade da Cidade Maravilhosa de sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Thursday, 31 May 2012

Espanha perto do abismo


Os mercados estão se preparando para um cataclisma na Europa. A solução dos problemas gerados pela atual situação do banco espanhol Bankia poderá custar alguns bilhões de euros ao bloco. Essa pancada ocorre em um momento de profunda crise econômica, com muitos países sofrendo com desemprego e falta de crescimento. Para piorar, Wall Street parece ter perdido totalmente a confiança no euro.

Muitos analistas temem que a Espanha, a quarta maior economia do bloco europeu, tenha de ser resgatada como foram Irlanda, Portugal e Grécia. Em meio a esse turbilhão, a população espanhola ainda sofre com um desemprego de 25%, o maior no Velho Continente atualmente.

Ontem, os juros de emissão de títulos da Espanha se aproximaram dos malditos 7%. Esse  percentual, que é o quanto o país paga para pegar dinheiro no mercado, foi o que empurrou Grécia, Portugal e Irlanda ladeira abaixo e os obrigou a pedir pacotes de ajuda financeira internacional. 

A ajuda, no entanto, vem acompanhada de duríssimas medidas de austeridade fiscal. Nesse momento, aumentar ainda mais o cinto na economia espanhola seria o mesmo que jogar o país em um enorme buraco e oferecer como única saída possível cavar ainda mais fundo.

A situação espanhola também elevou os juros da dívida na Itália para perto dos 6%. Porém, o maior medo é que um possível pacote de resgate para a Espanha acabaria com o poder financeiro do bloco europeu, o que deixaria outros países, como Itália, basicamente sem ter a quem recorrer.

Saturday, 31 March 2012

The Economist: Metrô de São Paulo é pequeno

Em sua última edição, a revista britânica The Economist publicou uma reportagem a respeito do Metrô de São Paulo. Segundo a famosa publicação, “a rede de 71 quilômetros de metrô é pequena para uma cidade de 19 milhões de habitantes”.
A Economist compara o tamanho do Metrô em São Paulo com os de locais como Seul, na Coreia do Sul; Santiago, no Chile; e Cidade do México. Todas com redes de metrô bem maiores que a de São Paulo.
No caso da capital sulcoreana, a rede de metrô tem aproximadamente 400 quilômetros. Isso mesmo, 400 quilômetros! E não dá sequer pra falar que Seul é uma cidade rica que durante várias décadas trabalhou para melhorar e expandir uma centenária rede de metrô igual ocorre em cidades como Londres ou Paris.
O metrô de Seul começou a funcionar nos anos 1970, mesma época que o de São Paulo. Tudo bem que a capital coreana não era tão grande quanto São Paulo. Mesmo assim o governo sulcoreano teve de superar um crescimento incrível, já que entre 1960 e 2000 a população de Seul mais do que triplicou, pulando de 3 milhões para 10 milhões de habitantes. Nesse mesmo período, a Coréia do Sul deixou de ser uma das nações mais pobres do planeta para atingir a condição de país rico. A renda per capita foi de 100 dólares dos anos 1960 para mais de 30 mil dólares em 2011.
Para atingir a atual situação de país desenvolvido, os sulcoreanos investiram e investem pesado em educação e infraestrutura — os 400 quilômetros de metrô são um exemplo claro disso. No caso da educação, Coreia do Sul é realmente arrojada. Ano passado o governo anunciou um plano de 3,2 bilhões de dólares que pretende levar à rede de ensino público uma gigantesca biblioteca de livros escolares digitais até 2015. A idéia dos sulcoreanos envolve a construção um sistema de computação em nuvem para que as escolas possam acessar um banco de dados com todos os livros digitais e tablets para todos os alunos do país. Enquanto isso, no Brasil, o Ministério da Educação é criticado por decidir investir R$ 110 milhões na compra de tablets para serem usados em sala de aula.
Já no caso de São Paulo, o metrô é pouco e a educação é uma piada. Basta ver o vergonhoso caso do reforço escolar prometido pelo governador Alckmin. Segundo reportagens da Folha de S.Paulo, a "cúpula do governo de São Paulo tem dado informações divergentes sobre o fim das atividades de reforço fora do período regular para os alunos da rede estadual de ensino". O governador de São Paulo e o secretário de Educação não conseguem sequer chegar a um acordo sobre o assunto, o que mostra quão atrapalhada é a atual administração.
Outra prova da incompetência do atual governo está na incapacidade de prever o óbvio crescimento na utilização do metrô com a instalação da linha 4. Apesar da inauguração da nova linha, o governo tucano decidiu cortar, em 2011, 20% dos investimentos no sistema de trens metropolitanos. Em razão disso, segundo o site SpressoSP, o Ministério Público decidiu iniciar um “inquérito para investigar se o corte no orçamento de 2011 possui relação com as panes deste ano”.
Resultado: a falta de investimentos e o crescimento no número de usuários no metrô de São Paulo e na rede de trens metropolitanos produziram contínuos apagões no sistema nos últimos meses. Qualquer governo minimamente preparado saberia que a nova linha aumentaria a pressão sobre o sistema já existente. Alckmin, por sua vez, decidiu diminuir os investimentos no setor. Enquanto isso, a população de São Paulo continua sofrendo em razão da falta total de planejamento e da timidez nos investimentos dos consecutivos governos tucanos no Estado.

Thursday, 22 March 2012

The “granny tax”

The British government decided to tax the UK’s pensioners and at the same time announced that the 50 percent levy will drop to 45 percent next year, which means that the rich will pay fewer taxes and become richer. According to Ros Altmann, the director-general of the Saga Group, “this Budget contains an enormous stealth tax for older people”.


This is conservative economics 101. In fact, is nothing more than a big gamble. The government believes that business and rich people are the drivers of economic growth. They also think that those kinds of measures are going to reduce anti-tax avoidance schemes and will encourages businesses and rich people to bring their money back to the UK. In reality, they don’t know if this is going to work or not.


The chancellor George Osborne made an ideological guess. No one knows if it’s the right choice. Only one thing is for sure: his guessing game would not benefit the poorest pensioners. In fact, it will be very costly for them.

Thursday, 16 February 2012

O saldão de embaixadas


Segundo a edição de hoje do jornal britânico Financial Times, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, deverá anunciar em breve um plano para vender inúmeras embaixadas pelo mundo afora. A idéia é usar a medida para economizar parte do dinheiro arrecadado e investir o resto no aumento da presença britânica em países emergentes como Brasil e China.

O diário indica que serão vendidas propriedades que junto possibilitar a arrecadação de cerca de 240 milhões de libras, aproximadamente R$ 650 milhões. Embaixadas em Florença e Veneza, fechadas no final do ano passado, perderam sua importância internacional conforme afirmou o ministro britânico.

O plano do governo de coalização comandado pelo conservador David Cameron pretende economizar cerca de 100 milhões de libras com a medida e utilizar o resto do dinheiro para aumentar sua presença em outros países.

Paradoxalmente, enquanto se enroscam com a Argentina na questão das Malvinas — aliás, a presidente Cristina Kirchner é apoiada pelo do governo brasileiro e pelos outos membros do Mercosul na questão —, os britânicos pensam em criar novas embaixadas na América do Sul, principalmente em cidades tupiniquins.

Friday, 10 February 2012

A guerra dos dinheiros

Em mais um capítulo da guerra cambial, o Banco da Inglaterra, segundo o jornal britânico Financial Times, decidiu injetar 50 bilhões de libras na economia do país pelos próximos três meses. No total, esse novo aporte eleva para 325 bilhões de libras a montanha de dinheiro que o Banco da Inglaterra despejou no país para combater a crise econômica iniciada em 2008. O Banco britânico afirma que a medida visa turbinar a economia e ajudar a indústria a voltar a crescer. Na verdade, a medida mostra que o governo do Reino Unido deu de ombros para o problema da volta da inflação, a qual já está acima da meta, para se preocupar em evitar uma segunda recessão. Para os britânicos, o medo de uma economia congelada é maior que o do calor das chamas do dragão da inflação.
 

A recuperação da economia do Reino Unido, para muitos analistas, está perdendo força. Em 2011, o país cresceu 0.9% depois de ter encolhido 0.2% em 2010. Muita gente do mercado financeiro está prevendo um crescimento de 0.4% para 2012, porém, os mais pessimistas acreditam que a economia britânica poderá encolher até 1%.
 

Em 2010, o megainvestidor George Soros disse que guerra cambial poderia levar a economia mundial ao colapso. Segundo ele, os países afetados pela crise estavam inundando suas economias com dinheiro novo no intuito de favorecer suas exportações. Soros chegou a dizer que estava preocupado com o desalinhamento das moedas e que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não estava errado ao falar de guerra cambial.
 

Enquanto os países afetados pela crise usavam o “quatitative easing” (injeção de dinheiro no mercado). A China, uma ditadura comunista, mantinha sua moeda, o yuan, desvalorizada de maneira completamente artificial, o que também ajuda a deixar os produtos chineses mais baratos e dá um enorme impulso à indústria daquele país. Os comunistas atrelaram sua moeda ao dólar, o que siginifica o seguinte: quando a moeda norte-americana vai pro ralo e se desvaloriza em relação a outras moedas a chinesa vai junto. Essa política tem sido alvo de inúmeras críticas, principalmente do governo de Barack Obama, e ajudado a destruir a indústria de países como o Brasil, que sofre o diabo com os baratíssimos preços chineses.
 

Enquanto isso, os EUA seguem insistindo que a política chinesa é uma manipulação pura e simples da moeda. Enquanto isso, o pessoal de Obama imprimiu uma montanha de dinheiro para colocá-lo na economia numa tentativa de reaquecer o comércio e a indústria nacional.
Essa prática é conhecida como “quantitative easing” (QE). Ela ocorre quando um país não consegue mais reduzir a taxa de básica de juros, em razão da mesma já estar próxima de zero, e passa a imprimir dinheiro para tentar reaquecer a economia. Portanto, em países com juros próximos de zero, ou seja, quando não dá para baixar a taxa, o Banco Central pode utilizar o expediente de colocar mais dinheiro na praça. Na verdade, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) está imprimiu dinheiro para comprar títulos públicos que estavam na mão do setor privado. Basicamente, isso significa financiar o déficit público com uma emissão cavalar de moeda. Jogar dinheiro na praça para financiar gastos.
 

Um dos resultados desse aumento estratosférico de liquidez é levar os “donos” desse novo dinheiro a buscar investimentos mais rentáveis. Como nos EUA, na Europa e no Japão as oportunidades de boa rentabilidade são praticamente nulas em função da recessão, essa dinheirama gringa acaba sendo aplicada em países emergentes como o Brasil. Isso, por sua vez, ajuda a elevar o valor do real, o que prejudica a indústria e as importação, já que tudo que é vendido em moeda nacional fica mais caro.
 

De certa forma, todo país manipula sua moeda. A disputa entre EUA e China — a tal guerra cambial —, onde as duas maiores economias do planeta China e EUA decidem adotar medidas fortes para manter suas moedas baratas, com os comunistas chineses desvalorizando o yuan para turbinar as exportações e os capitalistas norte-americanos imprimindo dólares para tentar sair da crise econômica que começou em 2008, com a quebra do Lehman Brothers, estão afetando praticamente toda a economia mundial.
Difícil é saber como essa crise será superada. Certo é acreditar que ele ainda vai continuar afetando profundamente a indústria brasileira.

Monday, 23 January 2012

Riqueza no Brasil; pobreza nos EUA

Os números não mentem, mas podem confundir muita gente. Atualmente, 46 milhões de norte-americanos vivem na pobreza, apesar de residirem na maior economia do planeta segundo dados de uma campanha de combate ao problema comandada pelo professor Cornel West, da Universidade de Princeton. Somente em 2011, mais de dois milhões de cidadãos do país mais rico do mundo mergulharam nessa terrível situação. No Brasil, muitos dados apontam que 11 milhões de pessoas são pobres. Nos EUA, essa linha atinge o indivíduo que vive com US$ 11 mil por ano ou as famílias de quatro membros que sobrevivem com US$ 22 mil por ano. Mas há diferenças. Um pobre norte-americano é mais rico que boa parte da classe média nacional.
No Brasil, o IBGE considera classe média quem tem renda mensal entre R$ 1.126,00 e R$ 4.854,00. Portanto, uma família brasileira de classe média ganha por ano entre R$ 13.512 a R$ 54.284,00. Tais números deixam claro que boa parte da classe média nacional seria considerada pobre pelos padrões norte-americanos.
Apesar dos inegáveis avanços no caso brasileiro, com 29 milhões de pessoas chegando à classe C nos últimos anos, ainda há um enorme caminho para o Brasil percorrer até chegar aos padrões de vida de um país de primeiro mundo.
Mesmo tendo se tornado a sexta maior economia do planeta em 2011, ao ultrapassar o Reino Unido, o Brasil ocupa o 84º lugar no ranking do Relatório de Desenvolvimento de 2011 do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), atrás não só dos norte-americanos (4ª posição) e dos britânicos (28ª posição), mas de vizinhos como  Equador (83ª posição), Peru (80ª posição), Venezuela (73ª posição), Uruguai (48ª posição), Argentina (45ª posição), Chile (44ª posição) e pior até mesmo que países afetados por conflitos como Líbano (71ª posição) e Líbia (64ª posição).
O Brasil só será um país desenvolvido quando deixar de ser uma sociedade marcada pela desigualdade social. Atualmente, é um país rico porém injusto. Por isso que programas sociais de sucesso como o ProUni e o Bolsa Família apontam inegavelmente para uma luz no fim do túnel. Tais programas precisam crescer e atingir todos os 11 milhões de brasileiros que ainda hoje sofrem com a tragédia da pobreza.
Apesar da gigantesca crise que afeta países como os EUA e o Reino Unido, a população desses lugares ainda vive infinitamente melhor do que boa parte do povo brasileiro, inclusive a nossa tão comemorada nova classe média.

Wednesday, 19 October 2011

O mercado financeiro e a lógica da piranha


O último capítulo da crise financeira mundial poderia ser cômico se não fosse completamente absurdo. O banco J.P. Morgan Chase & Co. decidiu apostar contra ele mesmo no mercado. Parece coisa de louco, não parece? Mas não é. É isso ai mesmo. O J.P. Morgan, segundo o site Market Watch, está fazendo hedge para se preteger dos riscos de sua própria dívida.

Para ficar mais claro, seria o mesmo que um clube de futebol apostar contra a própria equipe no campeonato. Na Europa, casos assim, nos quais times apostavam contra si mesmo e depois entregavam o jogo para ficar com o butim, levaram muita gente a ser banida do futebol europeu para o resto da vida. Aliás, essa seria uma ótima medida para o J.P. Morgan.

O banco se defendeu dizendo que essa era apenas uma medida contábil. Tá bom, então. Outro que já fez isso foi o Morgan Stanley, que diminui suas perdas durante a crise de financeira de 2008 apostando contra ele mesmo.

Na minha humilde opinião, esse é apenas mais um capítulo da lógica da piranha, que se fosse capaz comeria a ela mesma.

Tuesday, 18 October 2011

Free Trade: Lies & Truths

Let’s start from the beginning: free trade is based on the principle of comparative advantage developed by David Ricardo in the early part of the 19th century “that attributed the cause and benefits of international trade to the differences among countries in the relative opportunity costs (costs in terms of other goods given up) of producing the same commodities”[1]. According to John Sloman and Dean Garratt, comparative advantage is when “a country has a comparative advantage over another in the production of a good if it can produce it at a lower opportunity cost: i.e. if it has to forgo less of other goods in order to produce it”[2]Comparative advantage is different from absolute advantage. Absolute advantage is when a country can make a good much more cheaply than any other country. In this case, the country can produce at the lowest resource cost.

Comparative advantage occurs when a country has the lowest opportunity cost. For example, if China can produce 50 cars in one day of work and the UK can produce 5 cars in the same period of time, China is more productive than the UK. And if China can produce 150 bicycles in a day of work and UK can produce 25 bicycles in the same period of time, China will be again more productive, but will have a greater comparative advantage in cars — the comparative advantage is based in the time of work needed to make a product.

For each car that China produces, the country will spend the same amount of time to produce 3 bicycles. In Britain, for each car that the country produces, it will spend the same amount of time to produce 5 bicycles.

Every time that the UK decides to produce 1 car the country is also choosing to not produce 5 bicycles. For China, every time that the country decides to produce 1 car this means that China is also not producing 3 bicycles. In this case, we can say that the opportunity cost of 1 car for China is 3 bicycles and the opportunity cost of 1 car for the UK is 5 bicycles. Cars are relatively less costly to produce for China then the UK and it will be good for both countries if they agree to trade, for example, 1 Chinese car for 4 British bicycles. This comparative advantage resides on the fact that instead of China choosing not to produce a car to produce 3 bicycles the country can choose to trade 1 car for 4 bicycles with the UK and then this will represent a gain of 1 bicycle for China. For the UK the gain will reside in the fact that the cost to produce 1 car is 5 bicycles, but if the UK can trade 4 bicycles for 1 car with China the advantage it will be 1 bicycle. In this case, both countries win. For David Ricardo, it will be better for both countries if they trade Chinese cars for British bicycles because those are the items that they are more productive. 

This act of choosing what to produce gives rise to an opportunity cost. Is when an individual, a company or a government makes a choice between two options. The opportunity cost can be “measured in terms of the best alternative forgone”3]. In other words, the opportunity cost is the cost of what you don't get to spend the money on because you have to spend it on something else. In that way, if you choose to produce one thing like cars there is an opportunity cost, a loss, for not having done something else, for example, bicycles. This holds true even if China can produce both goods (car and bicycles) more effectively than the UK. Since both countries want to consume both products, the most efficient productive scheme will be China to produce and export cars and the UK to produce and export bicycles. This is known as inter-industry trade.

All the economic decisions of a government include an opportunity cost. If a country chooses to spend billions of pounds in the military industry, military missions, and wars, this means that the same country is also choosing not to put this enormous amount of money into education, health service, and other industrial areas — like the development of technologies to produce green energy. Opportunity cost means that every decision of producing something by an individual, a firm or a government is also a decision to not be doing something else with the time, the work and the capital spend.

Free trade basically means no barriers to buying and selling goods produced in one nation in another country. In reality, this is not what really happens. Today, almost every country in the world has some sort of tariff (tax) collected on imported goods and services. In this case, we can say that that is no free trade in the world.

The idea of free trade seems to be more a product of the mathematization of economics. It seems to be easier to think and create mathematical models of a free market and a free trade version of the world. But, in reality, all markets have their taxes and some kind of protectionism. Historically, the truth about free trade is that there is no developed country in the world today that became developed by practicing free trade. The developed countries had protected themselves to become economically powerful. Then, the developed countries start to try to convince other small or undeveloped countries to practice the free trade that they had never practiced for real. Even Adam Smith had praised the British Navigation Act, which was a major protectionism decision of Britain government in his time. He expressed the view that restrictions on international trade are justified "when some particular industry is necessary for the defense of the country"[4].

In reality, free trade and international trade are two very different things. There is no laissez-faire spread in the world market. For this reason, a government that decides today to base his entire economy only in free trade is making a terrible mistake. The reason is simple: no other country will do the same. The idea of comparative advantage developed by David Ricardo is a fundamental argument used in favor of free trade between countries. For him, nations will be better off if they choose to use their resources for the production of that kind of goods that they are more efficient at doing it. The problem with Ricardo’s theory of comparative advantage is the assumptions that he makes about how the world economy works.  For example, his notion of capital mobility had a lot of problems. In Ricardo’s world, there is no capital, factory or production mobility. But, today, world production has been totally globalized. Nowadays, the notion of free trade developed by Ricardo has to face problems production mobility and like the costs of labor.

It is possible also to say that China has today low opportunity costs of labor when compared with most Europeans countries and that make the Chinese economy more competitive. But this model suggests also that any increase in labor costs will make the country less competitive. The Financial Times recently reported that Coach, the big United States accessories brand, “is planning to move up to half its manufacturing out of China to escape rising labor costs”[5]. According to the Financial Times, “Lew Frankfort, Coach’s chief executive, said that over the next five years the company would cut its China production to 40-50 percent of its total from 85 percent at present by opening factories in lower-wage economies including India, Vietnam and the Philippines”[6].

This means that in a globalized world companies will always try to find where the labor cost less. The search for competitiveness will push companies to countries with lower-paid workers. In this case, the opportunity cost will be linked, in many cases, with low-wage labor.

According to Stephen D. King, “political arrangements can get in the way of economic opportunity and preserve economic rents for the lucky few. They create barriers to free trade, migration and capital flows. Since the 1980s, those barriers have slowly come down. The developed world is now trading with countries that, only a few years ago, were treated as strange lands. In analyzing these new patterns of trade, economists routinely resort to the principles of comparative advantage famously described by David Ricardo in On the Principles of Political Economy and Taxation, published in 1817. Today’s trade patterns, however, are much more a story about outsourcing, off-shoring, upscaling and downsizing. The developed world has increasingly been exporting its factories to emerging economies”[7].

In Ricardo's theory, countries which choose to practice free trade will be better off. In reality, free trade in Ricardo’s terms could also help to increase productivity abroad, give strength to other economies and it may harm developed countries in the long run by making international competition more and more aggressive. One possible answer for this kind of competition will be the creation of protectionism policies to try to rebuild the industry and resuscitate the productivity.

In general, we can say that international trade is a tool for development, but the most important thing is to comprehend that international trade is not free trade at all. A country with absolutely free trade does not exist in reality. This kind of extremist openness exists only in economist’s minds, not in the reality. Every country has a balance of closure (tariffs) and openness towards the world economy.

John  Maynard Keynes once wrote that he “was brought up, like most Englishmen, to respect free trade not only as an economic doctrine which a rational and instructed person could not doubt but almost as a part of the moral law”[8]. This Keynesian notion of free trade — if we look carefully to Ricardo’s ideas — doesn’t apply to international trade today.

In David Ricardo terms, comparative advantage works if land, labor, and capital, called factors of production, were immobile across nations. Unfortunately, this is not what happens in reality. Today, labor and capital are very much mobile. According to Stephen D. King, immobility of labor and capital between nations is “only true under certain strict conditions”[9], that is almost impossible nowadays. “When Ricardo said that free trade would produce shared gains for all nations, he assumed that the resources used to produce goods – what he called the ‘factors of production’ — would not be easily moved over international borders. Comparative advantage is undermined if the factors of production can relocate to wherever they are most productive: in today's case, to a relatively few countries with abundant cheap labor. In this situation, there are no longer shared gains — some countries win and others lose”[10].

For Stephen D. King, “Ricardian assumptions worked better in the 1950s and 1960s, a world in which capital flow across borders was relatively limited and where trade flows took place between a group of economically ‘like-minded’ OECD countries”[11]. Today, the problem isn´t if free trade is good or bad. The problem is that free trade doesn’t exist in Ricardian terms simply because labor and capital are not immobile like Ricardo has thought. According to Schumer and Roberts, “when Ricardo proposed his theory in the early 1800s, major factors of production — soil, climate, geography and even most workers — could not be moved to other countries. But today's vital factors of production — capital, technology and ideas — can be moved around the world at the push of a button”[12]. In Ricardo’s book, comparative advantage will occur only in a world without this free flow of factors of production. In this case, is possible to say that there is not free trade anymore and then is impossible to say if free trade is good or bad because there isn’t free trade around the world.





[1] Available from http://www.britannica.com/EBchecked/topic/129613/comparative-advantage
[2] Sloman, J. and Garratt D. 2010. Essential of Economics. Essex: Pearson Education Limited
[3] Sloman, J. and Garratt D. 2010. Essential of Economics. Essex: Pearson Education Limited
[4] Smith, Adam. The Wealth Of Nations. Cannan ed. Book IV, chap. II, p. 429.
[5] Gapper, J. and Barney J. 2011. Coach to shift manufacturing from China. London. The Financial Times. Available from: http://www.ft.com/cms/s/0/e01b1796-7cb6-11e0-994d-00144feabdc0.html#axzz1NpuwsnoD
[6] Gapper, J. and Barney J. 2011. Coach to shift manufacturing from China. London. The Financial Times. Available from: http://www.ft.com/cms/s/0/e01b1796-7cb6-11e0-994d-00144feabdc0.html#axzz1NpuwsnoD
[7] King, Stephen D. 2010. Losing Control – The Emerging Threats to Western Prosperity. London: Yale University Press
[8] Keynes, John M. 1933. National Self-Sufficiency. The Yale Review, Vol. 22, no. 4, pp. 755-769. Available from: http://gesd.free.fr/keynesaa.pdf
[9] King, Stephen D. 2010. Losing Control – The Emerging Threats to Western Prosperity. London: Yale University Press
[10] Schumer, Charles and Roberts, Craig. 2004. Second Thoughts on Free Trade. New York. The New York Times. Available from: http://www.nytimes.com/2004/01/06/opinion/second-thoughts-on-free-trade.html?src=pm
[11] King, Stephen D. 2010. Losing Control – The Emerging Threats to Western Prosperity. London: Yale University Press
[12] Schumer, Charles and Roberts, Craig. 2004. Second Thoughts on Free Trade. New York. The New York Times. Available from: http://www.nytimes.com/2004/01/06/opinion/second-thoughts-on-free-trade.html?src=pm

Tuesday, 11 October 2011

...e a Eslováquia disse NÃO!

O Parlamento da Eslováquia, na cidade de Bratislava, decidiu não aprovar o aumento de € 440 bilhões do Fundo de Estabilidade Financeira Europeuo fundo, que passaria a ser de € 780 bilhões (R$ 1,9 trilhão) e seria utilizado para socorrer os países europeus em dificuldades financeiras. A Eslováquia, que é um dos países mais pobres da União Europeia, deveria colaborar com 7,7 bilhões de euros para o fundo. A população do país é majoritariamente contra qualquer ajuda a países como Grécia, Espanha, Itália e Irlanda. Todos mais desenvolvidos que a Eslováquia.

A decisão do Parlamento da Eslováquia é um exemplo de que o caminho para a aprovação das medidas será no mínimo complicado. Último entre os 17 parlamentos europeus a decidir, os eslocavos colocaram mais um enorme problema para a já abalada Europa. Somente com as aprovações dos 17 parlamentos nacionais as mudanças do fundo poderiam ser adotadas. O pior é que todos os outros 16 países que adotam o euro como moeda única já aprovaram as medidas.

A maioria dos meios de comunicação da Europa estão dizendo que esse foi apenas um pequeno tropeço no caminho da aprovação das medidas. Porém, assistindo às entrevistas com o povo eslovaco, não me parece que o país esteja decidido a mudar de opinião. Principalmente depois dos eslovacos enfrentarem duríssimas reformas econômicas para ter acesso ao clubinho rico da zona do euro.

É como se os membros do euro afirmassem o seguinte: "Vocês vão ter de fazer um esforço danado para entrar na zona do euro e depois vão ter que esquecer tudo o que fizeram para livrar a cara da Grécia, que simplesmente cometeu fraudes e gastou muito mais do que podia".

A economista eslovaca Dana Antasova disse ao jornal britânico Telegraph que "os gregos recebem aposentadorias gordas e param de trabalhar cedo". Ela, por sua vez, disse que será obrigada a trabalhar até os 65 anos para pagar os empréstimos que o governo de seu país terá de fazer para pagar pelos erros dos gregos. Antasova encerrou sua entrevista dizendo que os gregos "roubaram tudo e agora querem o nosso dinheiro".

Não me parece que a aprovação dessa dinheirama para os encrencados europeus vai sair assim tão fácil.

Friday, 7 October 2011

Alessio Rastani, o idiota

Aqui no Reino Unido, a mídia ficou boquiaberta depois que o operador independente Alessio Rastani disse que o mundo não era mais controlado pelo governos e sim pelo banco norte-americano Goldman Sachs e que ele sonhava com a chegada da recessão global. Após sua primeira entrevista para a BBC, Alessio foi convidado a participar de um programa no canal britânico ITV 1. Lá, ele foi vaiado pela plateia e duramente criticado pelo outros participantes do programa, entre os quais estava o trabalhista e ex-ministro britânico da Administração Interna e da Saúde, Alan Johnson.

Na BBC, Alessio havia dito que sonhava todos os dias com a chegada da recessão mundial. No programa da ITV 1, ele foi duramente criticado por ter dito isso. O apresentador do programa That Sunday Night Show, Adrian Chiles, chegou inclusive a perguntar se nos sonhos de Alessio milhares de pessoas perdiam seus empregos e acabavam nas ruas.

Alessio tentou se explicar, mas o que ficou foi a imagem de uma pessoa completamente imoral, que parece acreditar que a única preocupação humana é ganhar dinheiro rápido, não importa como nem quando. Alessio aliás se orgulha em saber que a recessão, um momento terrível para milhares de famílias, pode ser a hora certa para se ganhar muito dinheiro.

No final, Alessio foi ridicularizado por Chiles. O apresentador disse que se o operador fosse tão esperto não moraria em um sobrado em Bexleyheath, na periferia da zona sul de Londres, mas sim em Mayfar ou Belgravia, regiões ricas da cidade.

A desfaçatez de Alessio deu a ele, no Reino Unido, o título de "trader from hell" (operador do inferno). É inegável que o operador foi imbecil o suficiente para assumir ao vivo, em rede nacional, o papel de bode expiatório da atual crise financeira britânica, a qual foi inegavelmente produzida pela conduta irresponsável do mercado financeiro internacional.

Porém, ele é apenas um pequeno componente dessa imensa máquina. As falas de Alessio servem apenas para mostrar que o mercado financeiro funciona sem limites morais. Essa sim, a meu ver, é a grande questão. Ao invés de lutar contra a chegada de uma recessão mundial - como todo o resto do planeta está desesperadamente fazendo -, operadores como Alessio estão loucos para ganhar dinheiro com a chegada da crise. Alguns deles, inclusive, fazendo o possível para a crise chegar o mais rápido.

O pior é que Alessio fala a verdade. O mundo realmente é controlado por gigantescas instituições financeiras, que muita vez funcionam de maneira completamente irresponsável. Só para se ter uma ideia basta uma informação: segundo um relatório feito pelo US Office of the Currency Comptroller, o banco JP Morgan controla atualmente US$ 78 trilhões em derivativos! US$ 78 trilhões!!! O atual PIB do mundo, aquilo que o planeta inteiro produz durante um ano, está em US$ 50 trilhões. O fato do JP Morgan ter em seus livros US$ 78 trilhões em derivativos é irresponsabilidade pura e simples.

Na minha humilde opinião, a moral da história é a seguinte: a lógica dentro da cabeça de pessoas ligadas ao mercado financeiro é a da piranha, peixe assustador que devora tudo o que vê pela frente. E o pior é que essas piranhas tomaram contra da economia do planeta. Portanto, hoje, o melhor conselho é o seguinte: em lagoa de piranha, jacaré nada de costas.

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